sábado, 20 de março de 2010
Olá meu PAI !
Em sua homenagem, pelo dia 19 que não esqueço nunca, a música que o papá escolheu para se despedir:
A próxima mensagem amanhã, a letra traduzida desta bela canção! Até amanhã. J.
Descanse em Paz. Meu Pai Tobé! A sua filhota Joana. Amar-te-ei para sempre.
E perdoe-me se não o soube respeitar... naquela altura. Mas pelo menos respeito-o Agora, respeitando-me e fazendo-me respeitar! E respeitando os outros.
Beijo terno meu pai e que a sua viagem esteja a ser serena. Ver-nos-emos novamente, quando Deus quiser! Assim seja!
terça-feira, 16 de março de 2010
Início e Fim
Há cinquenta e oito anos atrás, neste mesmo dia, nasceu o útero, onde seriam geradas duas belas crianças.
J loira de olhos azuis nasceria num ano de revolução, 1974, dois anos e 9 meses depois M, bebé rosadinha, olhos claros cor do mar, pele branquinha e macia como veludo.
Duas almas que vieram aqui sem pedirem, sem escolherem, indefesas. Duas almas apenas entregues à protecção de seus pais contra as intempéries da Terra. Os seus pais, outras duas crianças de olhos fechados para o mundo real e com a idade somente o suficiente para gerarem.
Nada previa senão um futuro de conto de fadas para estes quatro seres pelo sangue e a carne unidos.
Um lar que nunca existira, um sonho que era só névoa, uma esperança que nunca vira concretização. Esse fora o seu pecado original e a sua arrogância, o não prever, não precaver que um dia a tempestade poderia vir, e que essa ilusão poderia destruir. Que o dourado da areia era só um luzir, um "tromp d’oleil" e que forças e gentes de outros “lares” se imiscuiriam atirando tábuas de madeira, logrando-os, com falsos intentos de salvação mas que com aquelas lhes acertavam e mais fracos os tornavam.
E que a areia dourada, reluzente, de tanta beleza invejada, nada mais que sonho é enquanto que a rocha, feia, agreste e irregular, debaixo de si guarda a fortaleza de um verdadeiro lar!
Nota da autora: a bóia é um círculo, uma circunferência, a forma geométrica mais perfeita simbolizando o Divino, o Infinito. Deus eterno: o Alfa e o Ómega, sem princípio nem fim. E tem listras vermelhas cor da vida, da paixão, do sangue misturado para manter a união humana.
Epílogo:
M viu a bóia divina a 30 de Dez de 1998.
J abortada a 13 de Set de 1992 (18º aniversário passou a ser considerada fruto de um amor condenado).
I seu útero rapidamente secou e a 15 de Agosto de 1997 quis abandonar seu “lar”. Foi cirurgicamente removido, deixando vazio de sentido para a vida, a hospedeira, um frio e vazio, “hangar” onde outrora se viam aterrar aviões com sementes em carga, procurando terra fértil para germinar.
A a semente geradora expirou a 16 de Setembro de 2001. Não se sabe se viu a bóia e se salvou. Tem-se esperança que tenha conseguido até ela nadar.
A autora,
(J)